Sabe aquela conversa que te faz sorrir porque você percebe o quanto alguém cresceu ao longo do caminho? Foi exatamente assim que me senti ao ouvir a história da Alícia Vargas, minha paciente desde 2021. Ela topou abrir o coração e compartilhar como foi sua jornada de emagrecimento - os altos, os baixos, e, principalmente, as descobertas sobre si mesma.
No fim, não se trata só de perder peso, mas de ganhar uma relação mais leve com a comida, com o corpo e com a vida. Espero que essa troca possa inspirar vocês também.
1. Qual foi sua motivação inicial no processo de emagrecimento?
Insatisfação com o meu corpo e como eu me sentia no geral, e uma vontade de ter controle sobre alguma coisa, já que comecei todo esse processo durante a pandemia.
2. Você acha que teve alguma “virada de chave” importante?
Entender que o principal é ter prazer no processo, já que reeducação alimentar é para sempre. Não tem como algo funcionar a longo prazo se você não gosta. Acho que essa é a chave para a alimentação e para exercícios físicos. Enquanto a lógica punitiva ou temporária estava na minha cabeça, eu não conseguia sustentar as mudanças a longo prazo.
3. Qual foi a coisa mais surpreendente que você descobriu sobre si mesma durante o processo?
Minha capacidade de escolher fazer e ser diferente. Eu fui uma adolescente super seletiva com a alimentação, aos 14/15 anos escolhi começar a comer vegetais e aos 34 fiz introdução alimentar de frutas junto com a minha sobrinha de 6 meses. Eu escolhi deixar de ser chata para comer. Deu trabalho, mas hoje eu sou muito mais feliz com esses novos universos de sabores.
4. Qual foi a estratégia que você mais gostou de seguir e por quê?
Eu não funciono bem com restrições (alô vontade doida de comer o pé da mesa), acho que minha estratégia foi mais a constância do que cortar coisas específicas.
5. Além da perda de peso, quais outras mudanças positivas você percebeu em você mesma?
Disposição é clichê, mas é verdade. Melhora na autoestima de forma geral. Uma sensação de estar me fazendo bem, é muito bom ser gentil comigo. Mas das melhores coisas é conseguir ir no banheiro feliz, vindo de uma criança com muitos traumas de prisão de ventre, assumo que ainda fico impactada com isso.
6. Como você descreveria seu relacionamento com a comida hoje em comparação ao início?
Muito mais estável, saudável e tranquilo. Hoje eu faço questão de comer melhor. Faço questão de consumir verduras e frutas regularmente e sinto falta quando não faço. Quase não como mais do que preciso e quando faço, não me culpo por isso.
7. O que te deixou mais orgulhosa durante o processo?
Começar a comer frutas realmente foi uma etapa significativa. Enxergar a minha força de vontade se transformando em quilos eliminados. E ver como eu consegui romper com hábitos alimentares familiares que não me faziam bem.
8. Quais os momentos mais difíceis e como você aprendeu a lidar com eles?
Entender que nem tudo vai ser no meu tempo e que o progresso não necessariamente vai ser linear. Como uma pessoa ligada no 220, eu sempre quero ter resultados rápidos, mas esse é um processo que para ser sustentável e saudável precisa de tempo. Então aceitar isso foi complexo, mas importante. E não desistir de tudo se você ganhar um quilo ou dois. Isso faz absolutamente parte.
9. Que mensagem você daria para quem está começando ou recomeçando agora?
Encontre prazer no que você come e depois de escorregar, volte na próxima refeição para o plano. Pode confiar no processo, mesmo ele não sabendo que estamos confiando nele ;)
10. Quantos quilos e em quanto tempo ocorreram as suas mudanças?
Não lembro exatamente, mas foi 2021 ou 2022. Ou seja, 3 ou 4 anos. Foram mais ou menos 16 quilos perdidos nesse processo.
Acompanhar a jornada da Alícia foi um privilégio. Ver o quanto ela se dedicou, enfrentou desafios e se manteve firme em suas metas.
Foram MUITAS CONQUISTAS, descobertas de novos sabores - introdução alimentar de frutas, novos exercícios. A gente precisa de um tempo pra acostumar e desacostumar. Não é um processo é fácil ou prazeroso mas quando você tem clareza dos seus objetivos e conta com o apoio certo é possível superar os momentos difíceis e seguir em frente. Não existe milagre!
Espero que esse relato te motive a olhar para sua jornada com mais coragem e determinação. Cada escolha conta e o resultado vai muito além da balança.
Beijos,
PV (Paula Valansi AKA @desacostuma) - nutricionista comportamental
Extra!! Extra!!
Não tem foto de antes e depois, não tem dica milagrosa. O processo é seu e muitas vezes você pode precisar de uma ajuda multi disciplinar. #ficaadica
que sucesso!