Dos mesmos autores de: uau, que sorte que seu filho gosta de livros!
E com a mesma produção de: nossa, que sorte que ele dorme cedo!
Vem aí: RECLAMAÇÕES DE UMA MÃE. Cansada.
Porque sim, a mãe está cansada. Ela está cansada de lutar como nunca e perder como sempre! Porque a mãe cansada só queria um pouco de reconhecimento.
E eu só quero reclamar. Hoje esse espaço vai ser para isso.
Quando estávamos de férias e David estava na praia comendo um florete de brócolis e se deliciando eu escutei de uma tia: “nossa, mas que sorte que ele come brócolis!”
Na hora eu respondi: Imagina, tia... O paladar da criança é uma página em branco. É muito mais fácil para uma criança aceitar um brócolis (salvo situações específicas de grande seletividade alimentar) do que um adulto que já tem o paladar viciado em açúcares, por exemplo.
Mas o que eu realmente pensei e não falei, foi: COMO ASSIM SORTE? Como assim, SORTE? Se eu escolhi lutar essa batalha e me informei extensivamente para me preparar para a Introdução Alimentar. Se eu me joguei de corpo e alma nesse projeto querendo dar tudo de mim. Se eu tive que ajustar minhas expectativas e me basear no mantra: PACIÊNCIA E PERSISTÊNCIA para todos os dias recomeçar e oferecer opções saudáveis, com comida caseira, preparada com muito carinho e que muitas vezes eram simplesmente ignoradas. Porque para mim era muito importante fazer uma introdução alimentar respeitosa. E hoje eu colho os frutos desse esforço constante. Desse esforço de planejar um cardápio, comprar os ingredientes, preparar a refeição e oferecer num ambiente adequado e pacientemente esperar a criança aceitar. Demonstrar interesse. Começar a comer. Hoje em dia eu olho com muito carinho para aquela Luisa que sofria, que vivia momentos de muita angústia. Que achava que poderia ser mais fácil. Que orgulho da Luisa que teve paciência e persistiu. Porque hoje colhemos esses frutos.
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É por isso que quando alguém vê meu filho comendo brócolis e fala: que sorte! eu fico revoltada SIM! Porque deu um trabalho imenso pra chegar até aqui. ♫ Percorri milhas e milhas antes de dormir…. e eu nem cochilei! ♫
Então assim, caso você seja mãe de um alecrim dourado que dorme a noite inteira desde os 2 meses de idade, fica super interessado nos livros e nunca deu trabalho para comer ou nunca passou por uma fase seletiva e sempre aceitou prontamente experimentar novos ingredientes ou novos preparos, esse texto não é para você.
Porque para a grande maioria da galera, todas essas questões são luta em cima de batalha. Se existe alguma estabilidade e se a rotina da noite acontece sem maiores dramas, certamente é porque a constância da rotina fez com que a criança se familiarizasse com a sequência de atividades. E para que isso acontecesse, você só precisou repetir e repetir e repetir milhares de vezes. (abaixo conteúdo exclusivo para pagantes)