Nas redes, a legenda fala de superação. Na vida real é um empilhamento de dores, fraturas por estresse, edemas, inflamações crônicas. Tudo em nome do "eu consigo".
Corro desde 2008, fiz a 1a maratona em 2013. Seis anos, entre 5, 10, 21k até chegar preparada na maratona. Não só nos meses antes, meu corpo tinha anos de estrutura para aguentar uma prova dessa, que na época ainda era uma "entidade" e não uma commodity, como é hoje. As corridas estão cada vez mais lotadas...de pessoas claramente sem preparo algum, gastando os tubos com tênis, suplementos, gel etc quando nem o básico, que é comer comida e treinar com constância elas fazem.
Você fez o caminho mais raro hoje em dia: construiu base, fortaleceu, respeitou o corpo, subiu distâncias aos poucos. Hoje muita gente pula essa parte. O povo quer a medalha, o gel, o tênis caro, mas esquece o feijão com arroz da constância.
Que edição importante e valiosa. Eu não quero julgar ninguém, mas fico genuinamente preocupada da maratona como mais uma moda, como se fosse só vestir um jeans justo, com pessoas se machucando e, pior, ignorando o acompanhamento médico – temos visto alguns resultados tristes disto.
E mais preocupada ainda da influência vir de vozes inexperientes e, por isso, com pouco preparo e cortéx pré-frontal para avaliar a responsabilidade de influenciar. Pessoas deslumbradas com números (em seguidores e em cifras) e nada interessadas nas pessoas atrás dos números e nas saúdes atrás das cifras).
Eu não sei qual será a conta de médio prazo, mas é um boleto que muita gente não terá como ignorar. E tudo pela pressa, pelo que reluz e fica bem no clique, porque, no fundo, a linha de chegada está atrás do básico e simples feito com consciência.
Disse tudo Alê. A maratona virou mais um palco pra mostrar superação, mas sem o roteiro do preparo de verdade entregue para quem tem seguidor mas não necessariamente experiência…
Paula, você foi perfeita, aliás cirurgica. Parabéns pela lucidez e clareza nesse texto. Sem saber fiz como a Irene que comentou abaixo. Depois de ler sozinha, li em voz alta para meu marido que concordou com cada palavra. Acho inclusive que vc poderia compartilhar para mais gente não só para quem recebe o Pitadas! :-) Obrigada!
Obrigada por ler sozinha, em voz alta, em família. É pra isso que esse texto existe: pra gente refletir junto, sem fórmula milagrosa, só com lucidez e conversa boa.
Adorei a ideia de espalhar pra além do Pitadas… vou anotar aqui! Obrigada por esse carinho.
"Atletas de meio período pagam uma conta cara. Os de alto rendimento também, mas vivem para isso, tem apoio médico, fisioterapia e acompanhamento (no mundo ideal).""
WOW. Obrigada por esse texto tão lúcido, num momento em que pareço só conhecer (no mundo virtual e no mundo real) extremos de sedentarismo completo ou meia-maratonistas de fim de semana (não sei se é assim que fala).
Eu luto semana após semana pra não sucumbir ao meu estado confortável de sedentarismo recreativo, e algum lugar inconsciente meu, sonha com uma rotina semi atlética.
A gente fica inundado de infos de pessoas extremamente privilegiadas com rotinas de exercícios incompatíveis com a realidade da grande maioria e fica achando que não tá fazendo o suficiente. Mas meia hora de ginástica constante tem seu valor. 💛 Que a gente aprenda a ser mais gentil com nós mesmas. [LZ]
Corro desde 2008, fiz a 1a maratona em 2013. Seis anos, entre 5, 10, 21k até chegar preparada na maratona. Não só nos meses antes, meu corpo tinha anos de estrutura para aguentar uma prova dessa, que na época ainda era uma "entidade" e não uma commodity, como é hoje. As corridas estão cada vez mais lotadas...de pessoas claramente sem preparo algum, gastando os tubos com tênis, suplementos, gel etc quando nem o básico, que é comer comida e treinar com constância elas fazem.
Sim! É exatamente isso.
Você fez o caminho mais raro hoje em dia: construiu base, fortaleceu, respeitou o corpo, subiu distâncias aos poucos. Hoje muita gente pula essa parte. O povo quer a medalha, o gel, o tênis caro, mas esquece o feijão com arroz da constância.
Que edição importante e valiosa. Eu não quero julgar ninguém, mas fico genuinamente preocupada da maratona como mais uma moda, como se fosse só vestir um jeans justo, com pessoas se machucando e, pior, ignorando o acompanhamento médico – temos visto alguns resultados tristes disto.
E mais preocupada ainda da influência vir de vozes inexperientes e, por isso, com pouco preparo e cortéx pré-frontal para avaliar a responsabilidade de influenciar. Pessoas deslumbradas com números (em seguidores e em cifras) e nada interessadas nas pessoas atrás dos números e nas saúdes atrás das cifras).
Eu não sei qual será a conta de médio prazo, mas é um boleto que muita gente não terá como ignorar. E tudo pela pressa, pelo que reluz e fica bem no clique, porque, no fundo, a linha de chegada está atrás do básico e simples feito com consciência.
Disse tudo Alê. A maratona virou mais um palco pra mostrar superação, mas sem o roteiro do preparo de verdade entregue para quem tem seguidor mas não necessariamente experiência…
Paula, você foi perfeita, aliás cirurgica. Parabéns pela lucidez e clareza nesse texto. Sem saber fiz como a Irene que comentou abaixo. Depois de ler sozinha, li em voz alta para meu marido que concordou com cada palavra. Acho inclusive que vc poderia compartilhar para mais gente não só para quem recebe o Pitadas! :-) Obrigada!
Ahhh, que alegria ler isso! ❤️
Obrigada por ler sozinha, em voz alta, em família. É pra isso que esse texto existe: pra gente refletir junto, sem fórmula milagrosa, só com lucidez e conversa boa.
Adorei a ideia de espalhar pra além do Pitadas… vou anotar aqui! Obrigada por esse carinho.
"Atletas de meio período pagam uma conta cara. Os de alto rendimento também, mas vivem para isso, tem apoio médico, fisioterapia e acompanhamento (no mundo ideal).""
WOW. Obrigada por esse texto tão lúcido, num momento em que pareço só conhecer (no mundo virtual e no mundo real) extremos de sedentarismo completo ou meia-maratonistas de fim de semana (não sei se é assim que fala).
Eu luto semana após semana pra não sucumbir ao meu estado confortável de sedentarismo recreativo, e algum lugar inconsciente meu, sonha com uma rotina semi atlética.
A gente fica inundado de infos de pessoas extremamente privilegiadas com rotinas de exercícios incompatíveis com a realidade da grande maioria e fica achando que não tá fazendo o suficiente. Mas meia hora de ginástica constante tem seu valor. 💛 Que a gente aprenda a ser mais gentil com nós mesmas. [LZ]
Conteúdo real, simples, prático e uma mensagem muito poderosa. Acabei de ler em voz alta para meus filhos adolescentes no carro ❤️acostuma!
Para isso que a gente escreve: pra chegar em casa, no carro, na rotina real.